Legião, eterna...
Na noite de 29 de maio, em torno de 6ooo pessoas cantaram juntas as músicas da
extinta Banda Legião Urbana, num show Tributo ao inesquecível Renato Russo,
transmitido ao vivo pela MTV. Wagner Moura foi escolhido para interpretar as
canções da banda, “substituindo” Renato
em seu posto sagrado, e acompanhado por
Dado-Villalobos, Marcelo Bonfá e pelas vozes das milhares de pessoas que
lotaram o Espaço das Américas, em São Paulo, na terça-feira, na primeira das
duas noites do tributo.
O consagrado ator Wagner mostrou um lado cantor,
muitas vezes sofrível, mas com muita emoção, de um fã do Renato, teve uma
performance capaz de sacudir, não só o público presente, mas o Brasil todo, que
assistiu o show ao vivo. Tornou-se impossível não voltar no tempo e cantar com
eles as músicas, cujas letras toda uma geração (arrisco dizer que várias
gerações) sabe de cor.
Surpreendeu-me a coragem do ator em assumir a
responsabilidade de interpretar as canções do Renato, que com sua voz forte e
inconfundível levou alegria e trouxe emoção, com letras que são verdadeiras
joias, a multidões, que embevecidas, não
conseguem escutá-las sem cantarolar junto, mesmo vários anos depois. No
entanto, a paixão que o ator colocou na interpretação, foi o diferencial, que
fez com que um país todo cantasse junto com ele, mesmo com alguns
“assassinatos” (opinião minha) às canções da Legião. Como acredito fortemente
que não se consegue fazer nada ser bom, sem colocar paixão, ou fazendo “mais ou
menos”, penso que se outro tivesse sido escolhido para essa missão, um cantor
talvez, não tivesse tanto retorno do público.
Renato foi e será sempre o Renato porque tinha uma
alma apaixonada, um poeta cujas letras reverenciavam a vida, as alegrias, as
dores, a natureza, os sentimentos inerentes ao ser humano, e por isso conseguiu
trazer a tona a emoção das pessoas e isso o tornou especial, num mundo tão
frio, materialista e insensível. Renato colocava poesia no que escrevia, da mesma forma que Cazuza, embora ambos
fossem extremamente diferentes. Se pararmos para analisar, era um poeta-cantor
e competente além da conta, em ambas as funções, além de um carisma arrebatador
com seu público. Isso o tornou inesquecível.
A
letra de “Será”, por exemplo, exige que se releia e reflita acerca do que ele
está pensando, bem diferente do”Ai se eu te pego”, entre outras que nem sei
citar agora,que é hit da nossa juventude, hoje. Não se trata de uma crítica
pura, mas de constatação sobre os sons de hoje.
“Nos perderemos entre
monstros
Da nossa própria criação?
Serão noites inteiras
Talvez por medo da escuridão
Ficaremos acordados
Imaginando alguma solução
Pra que esse nosso egoísmo
Não destrua nossos corações”
Da nossa própria criação?
Serão noites inteiras
Talvez por medo da escuridão
Ficaremos acordados
Imaginando alguma solução
Pra que esse nosso egoísmo
Não destrua nossos corações”
Além disso,
suas letras contestavam um sistema manipulador, concentrador de riquezas e
privilégios a alguns, o que tornam suas letras atuais, até hoje.
Legião Urbana despertou muitas paixões, não somente
nos adultos e jovens de sua época, e eu torço para que a juventude atual
conheça mais essa banda que comparava a morte a uma Via-Láctea, símbolo do
infinito, mas que com certeza, queria mostrar que infinita é a vida e a
capacidade de encontrar alegria e prazer, até no inusitado.
A banda Legião Urbana acabou, mas com certeza,
marcou e representou o retrato daquela juventude que ainda sabia sonhar.
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Amiga!!Eu sou fã de Legião Urbana!Adoro as canções!!Não vi o show tributo, mas acredito no poder das músicas que atravessam gerações e deixam reflexões sobre nossas vidas, pública e privada!Parabéns pelas atualizações no blog!!Beijoss
ResponderExcluirAline,as músicas que se perpetuam são aquelas que conseguem nos tocar e, com certeza, nos fazem refletir. Músicas que falam por nós...Não são muitas e hoje a poesia na música está tão rara. Concordo e acredito que música e a sua história deveria ser trabalhada na escola. beijos e obrigada por deixar teu comentário.
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